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Foto do escritorMarta Rangel

Português atravessa Atlântico a remo na luta contra a poluição marítima

50 dias numa embarcação menor do que o tamanho de dois carros, com alimentação pouco variada, muito esforço físico e privação de sono - tudo por amor ao mar e contra a poluição provocada pelos plásticos.


5000 quilómetros à força de braços - é este o desafio a que se propõe Raimundo Tamagnini, português, para chamar a atenção para a poluição provocada pelo plástico nos oceanos. O projeto “Onde acaba a terra e começa o mar”, vai ser apresentado durante a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que se realiza de 27 de junho a 1 de julho, em Lisboa.

Com partida marcada para Dezembro, e durante 50 dias, Raimundo Tamagnini vai integrar uma equipa da equipa da Arabian Ocean Rowing, constituída por três elementos, para atravessar o Atlântico a remo: desde La Gomera, nas Ilhas Canárias, até Antigua, nas Caraíbas. Numa embarcação de apenas oito metros de comprimento - menos do que o tamanho de dois carros - a equipa terá que ser auto-suficiente durante a expedição. Para isso conta com água dessalinizada a bordo para beber, dietas pré-preparadas e energia solar para abastecer os equipamentos eletrónicos de navegação. Raimundo Tamagnini, veterinário de profissão e atleta amador, já tem participado em vários desafios de limite pelo mundo e neste, em conjunto com a equipa da Arabian Ocean Rowing, terá de enfrentar as condições do mar Atlântico, com vagas que poderão atingir os 12 metros, além do tremendo esforço físico e psicológico exigido para realizar a travessia: turnos de remo de duas horas alternados com o mesmo período de tempo de descanso.



O objetivo da equipa é chamar a atenção para a necessidade de garantir um futuro sustentável para o Oceano Atlântico através do programa “Clean Seas”, líder no esforço global contra o lixo oceânico e a poluição por plásticos, que conta com o alto apadrinhamento das Nações Unidas – United Nations Environment Programs. Segundo Raimundo Tamagnini, “o Oceano e os ecossistemas costeiros enfrentam uma luta contra esta crise planetária sem precedentes e em três frentes: Clima; Biodiversidade; e Poluição/Desperdício”. Para o atleta português, a poluição por plásticos, em particular, “é de uma dimensão e complexidade extraordinária para qual a resposta não pode ser isolada ou simples; cada um de nós tem que desempenhar o seu papel, a sua parte no todo. Cada um, de todas as idades, pode mudar o seu comportamento, inspirar as suas comunidades e, assim, participar na criação de um futuro para o nosso planeta”.

A prova de remo da equipa Arabian Ocean Rowing pretende despertar consciências e associa-se também à campanha #BePartOfIt, relacionada com a saúde dos oceanos e a necessidade da (re)construção sustentável da relação humana com os Oceanos, com destaque para os problemas específicos causados pela poluição provocada pelos plásticos.

O projeto “Onde acaba a terra e começa o mar”, vai ser apresentado durante a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que se realiza de 27 de junho a 1 de julho, em Lisboa. A equipa da Arabian Ocean Rowing vai fazer parte do painel que vai debater o tema da importância do Desporto na conservação dos oceanos, no dia 28, às 13 horas (“Racing for Clean Seas: Sport as a game changer in promoting ocean health and accelerating the implementation of SDG14”).


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